quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Plantas transgênicas e a comunicação organizacional


Em um mercado competitivo como o nosso, é importante a introdução de inovações no mercado pelas empresas, pois isso é visto como uma forma de competição global. Só que estas nem sempre são bem aceitas pela sociedade e, sendo a tecnologia responsável por esse trabalho, pode se colocar a favor ou contra essas inovações.

A Monsanto, empresa que trabalha com sementes geneticamente modificadas, biotecnologia e herbicidas, foi muito criticada quando publicou o lançamento dessas, pois por mais que isso prometesse resolver alguns problemas, como aumentar a produção sem ter que aumentar o espaço plantado, as sementes trangênicas ainda geram muita polêmica.

A biotecnologia permitiu que as plantas trangênicas utilizassem um menor número de agrotóxicos e fertilizantes, além de poderem ser utilizadas como vacinas na área da nutrição. Porém, apesar dessa tecnologia poder resolver inúmeros problemas, como por exemplo a fome do mundo, ela também gerou muita resistência da sociedade, que exige que a empresa que comercialize esse produto informe sobre eles, suas causas e sintomas.

Com relação às incertezas geradas pela produção de algo novo, o sucesso da implementação no mercado depende do marketing e seu componente – a comunicação organizacional, que fazem a ponte entre a criação de um produto e os consumidores-alvos. De acordo com COLNAGO (2007) a comunicação organizacional é um canal de troca de informações e relacionamento entre o ambiente interno da empresa e o mundo exterior a ela: seus públicos, o mercado e a sociedade em geral. Ele explica que o processo comunicativo é a base de uma organização e que nenhuma existe sem ela, pois está ligada ao processo comunicacional da empresa, da sua identidade. Assim é ela que forma a base que dá sustentação à organização.

A Monsanto errou quando não deu informações suficientes sobre o que eram os produtos trangênicos além de não prever a reação do público quanto a essa novidade. Ela estava tão acostumada a produzir produtos para agricultores, que quando entrou na área da biotecnologia foi descuidada em não refletir sobre o que a sociedade poderia achar disso. Ela percebeu que agir de forma clara e transparente seria a melhor maneira de portar-se. Então fez mudanças na área da comunicação tanto na Europa quanto no Brasil: estreitou os laços com os stakeholders, além de mostrar melhorias a sociedade com relação à capacidade de comunicação da empresa, visando melhorar o relacionamento.

Para que isso acorresse de maneira correta, a empresa precisou crescer e se tornar mais proativa, e optou por ouvir as dúvidas dos consumidores, bem como respondê-las, para que eles não tivessem nenhum preconceito sobre o assunto e passassem a interagir com a empresa.

Essa área foi criada em 1999 e hoje conta com 10 funcionários, que são responsáveis pela comunicação interna, campanhas, responsabilidade sócio-ambiental, relacionamento com a imprensa, entre muitos outros ligados a essa área. Com isso a empresa busca reforçar os laços com o público, enfatizar sua mensagem para a sociedade sobre os trangênicos e buscar um melhor relacionamento com todos os tipos de públicos.

Como compromisso da empresa, considerando a comunicação organizacional, são dois os pontos importantes e relevantes: a empresa irá agir de forma transparente, para passar certeza de que as informações são verdadeiras e inteligíveis; a empresa se compromete a apresentar avaliações que mostram a segurança dos produtos, em resposta as preocupações sobre os efeitos a longo prazo do uso de trangênicos.

Com esse estudo de caso, podemos notar que houve uma falha na comunicação organizacional, quando a Monsanto tentou introduzir os organismos geneticamente modificados sem se preocupar com o que o público-alvo acharia disso, mas notamos também que rapidamente buscaram uma ação que pudesse reparar esse erro.

Por Fernanda Damasceno


Fonte: Estudo de Caso Inovação Radical das Plantas Transgênicas e Comunicação Organizacional

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