Um assunto recorrente nos últimos dias foi o interesse da câmara na regulamentação do lobby (um grupo de pressão na esfera política, que busca influenciar, aberta ou secretamente, as decisões do poder público em favor de seus interesses).
A discussão sobre o assunto acontece há bastante tempo e já foi defendida por autoridades dos Três Poderes da União em um evento realizado no dia 10 de novembro de 2008 pela CGU (Controladoria Geral da União). Todos defenderam a regulamentação da atividade a fim de tornar legítima a defesa de interesses, já que isso faz parte do processo democrático. De acordo com todos os representantes dos poderes, é preciso que se crie regras para a prática do lobby, extremando a atividade correta e lícita da obscura e ilícita. Segundo o ministro da CGU, Jorge Hage, o lobby deve ser realizado "à luz do dia". "A pior postura é fingir que ela [a prática do lobby] não existe. Porque se não houver regulamentação, o que acontece é o nivelamento por baixo", afirmou Hage.
Já neste ano, no dia 2 de setembro, Tarso Genro, ministro da Justiça, defendeu também a regulamentação e a definição de conseqüências penais para casos ilegítimos. Em entrevista dada a emissoras de rádio, ele afirmou que a movimentação de influência pode acontecer legitimamente, mas que é necessário punir o que ocorre no sentido contrário. "O lobby existe sobre o Estado em todas as suas esferas. Não há dúvida de que existem grupos de influência, legítima ou corruptora", disse o ministro ressaltando, tal qual fez Jorge Hage, a inegável prática da atividade.
Há poucos dias, em 23 de outubro, a direção da câmara decidiu dar prioridade de tramitação a um projeto que regulamenta a prática do lobby e o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), afirmou que os projetos serão analisados e votados ainda na atual legislatura.
Em entrevista à UOL Notícias e à Folha de São Paulo, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defendeu que a idéia é regulamentar e identificar os grupos de ação do lobby e que eles passam a ter direito de interlocução no Legislativo e no Executivo. Os lobistas terão que ser identificados e passarão a ter de circular pelos salões da Câmara de crachá. Para justificar a medida, o deputado diz: "você teria a identificação de todos os agentes. Eles teriam a sua ação fiscalizada pela CGU, de forma que haja uma transparência total nisso. Eles seriam caracterizados como lobistas e teriam uma prestação de contas a apresentar". Prestação de contas que será feita sob a forma de um relatório anual sobre os encontros realizados, a ser publicado na Internet.
No projeto da Corregedoria, a atividade seria legalizada nos Três Poderes. Já o projeto do deputado Zarattini exclui o Judiciário.
Por Mariana Gutierre
Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u466392.shtml
http://noticias.uol.com.br/politica/2009/09/02/ult5773u2325.jhtm
http://noticias.uol.com.br/politica/2009/10/23/ult5773u2807.jhtm
Bacana pessoal, eu não sabia desta regularização aqui no Brasil, embora o Lobby seja 100% reconhecido e dentro de RP nos EUA.
ResponderExcluirEstá ai mais uma ramificação para nossa profissão.
Abraços,
Cibele
Com certeza, Cibele!
ResponderExcluirE uma grande oportunidade de quebrarmos essa imagem negativa que os lobistas têm no Brasil, frequentemente relacionados à corrupção.
Abraços,
Mariana