sábado, 28 de novembro de 2009

Coca-Cola e sua inovadora estratégia de Marketing/Responsablidade Social


Desde 2008 a coca cola aposta em uma ação inovadora que mistura responsabilidade social e marketing: Preparar jovens moradores de favelas, com idades entre 17 e 25 anos, para serem profissionais de vendas.

Nomeado “Coletivo”, o programa criado pela diretora de Projetos Especiais da Coca-Cola Cláudia Lorenzo, é o primeiro do modelo no Mundo e visa aproximar o consumidor de baixa renda através da educação.

A receita do sucesso de muitas das grandes marcas é nunca parar de correr atrás de novos consumidores e nichos de mercado, mesmo quando o momento é bom. Estar sempre em busca de novas fatias do mercado, estudar seu cenário e inovar nas ações é fundamental.

Ao fazer um estudo de campo no ano de 2008, a Coca-Cola constatou que, mesmo sendo consumida por 80% das famílias brasileiras, na mais importante faixa do nosso mercado, que são as famílias de baixa renda, o consumo no Brasil fica muito atrás do visto nas mesmas classes populares em países como México, Argentina e Chile. A Coca-Cola fatura no Brasil cerca de 15 bilhões de reais por ano e as classes mais baixas são responsáveis por 60% deste faturamento.

Em busca de diminuir tal distância que separava a Cola-Cola das classes populares brasileiras, a Coca-Cola apostou em uma ação inovadora que mistura responsabilidade social e marketing: Preparar jovens moradores de favelas, com idades entre 17 e 25 anos, para serem profissionais de vendas.

Nomeado “Coletivo”, o programa criado pela diretora de Projetos Especiais da Coca-Cola Cláudia Lorenzo, é o primeiro do modelo no Mundo e visa aproximar o consumidor de baixa renda através da educação.

O lado social do programa ocorre da seguinte forma: Em parceria com ONG’s, a marca instalou em varias comunidades e bairros pobres de grandes cidades brasileiras, salas de aula onde os jovens têm durante um período de dois meses um curso de Técnicas de Vendas em Varejo. O curso trás noções de gerenciamento de estoques, abordagem de clientes, exposição de produtos entre outros tópicos.

Testes de desempenho e simulações de um pequeno varejo são realizados periodicamente para avaliar os estudantes.

Ao final do curso, os jovens fazem uma espécie de TCC: Apresentam a um pequeno dono de bar ou mercadinho da comunidade sugestões de melhoria no estabelecimento. A Coca Cola ajuda a implantar o plano de negócios, oferecendo uma linha de microcrédito ao varejista no valor de 3 000 reais (uma parceria da empresa com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e com a ONG Visão Mundial). Os mais bem avaliados têm a oportunidade de pleitear uma vaga em uma das fabricantes Cola-Cola. Para os que não quiserem trabalhar na empresa, e quiserem abrir o próprio negocio a Cola-Cola também auxilia o acesso a uma linha de microcrédito -- no valor de 1 500 reais.

O lado marketing tem como objetivo aumentar as vendas nesta faixa do mercado. Treinar 1 milhão de jovens até 2012, em 1 500 comunidades e transformar um em cada dez alunos em revendedor de seus produtos em seu bairro é a meta da marca para o fim do programa .

Caso o programa dê certo no aqui, pode ser aplicado em países como China e Índia, onde o cenário é praticamente o mesmo das classes sociais populares do Brasil: um ótimo potencial de vendas pouco explorado.

Dados mostram que hoje, a empresa tem 56,8% de participação, posição invejada por marcas menores que, a seu modo, conhecem a linguagem e os desejos da nova classe C brasileira.

Por Vinícius Ponsano

Fonte: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0952/marketing/filantropia-resultados-498392.html?page=2


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